AINDA HÁ ESPAÇO NO MERCADO PARA A ADVOCACIA ANALÓGICA?

A era digital impôs a quase todos os seguimentos de mercado uma necessária reavaliação e restruturação em seus métodos de produção, comunicação e distribuição da oferta, seja ela de produtos ou serviços.

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Para sacramentar este movimento que já se mostrava irreversível, a declaração oficial do cenário de pandemia inaugurada em março de 2020 turbinou ainda mais o processo de virtualização das relações interpessoais, nos fazendo questionar se a tão tradicional relação “olho-no-olho” ainda era prioritariamente necessária nas relações corporativas e institucionais, diante da manifesta eficiência, com menor custo, que acabaram por ser reveladas com a profusão das relações digitais nos períodos de pandemia e agora no pós-pandemia. 

No âmbito da advocacia e no cenário judicial em geral, desde o fim da primeira década deste século o que se verificou foi a intensificação da virtualização dos processos, possibilitando inquestionável flexibilidade no manejo do tempo-espaço pelo ator jurídico, assim como uma forte pressão por parcela do Judiciário para que determinados atos fossem convertidos para a modalidade virtual, o que acabou por se tornar realidade no contexto da pandemia.

Hoje, de qualquer lugar do mundo o ator jurídico tem a possibilidade de estudar o processo, peticionar e até mesmo participar de atos processuais, como audiências e sessões de julgamento.

E diante de toda essa mudança, eficientização e aceleração das relações advocacia-judiciário, por certo que mudanças significativas do mesmo modo afetaram a rotina da advocacia tanto na gestão do escritório relações com clientes e comunicação com o Poder Judiciário.

Conceitos até então pouco conhecidos ou comuns no meio da advocacia como jurimetria, inteligência artificial, visual law e gestão e marketing passaram a fazer parte da rotina dos escritórios de advocacia, impondo novas exigências para sobrevivência no mercado.  

Rotinas tradicionais e básicas da(o) advogada(o) como comparecer ao fórum para audiências ou retirada de processos, atendimento a clientes e reunião com autoridades, passaram e ainda passam por uma profunda transformação que exige deste profissional adequação e adaptação como forma de acompanhar essa evolução que tanto tem impactado a advocacia e todos os seguimentos do Direito.

E no meio de toda essa transformação, ainda há espaço para aquela advocacia tradicional e analógica?

A resposta parece óbvia se avaliada a partir dos mesmos paradigmas que muitos ainda insistem em manter como obrigatórios, em uma espécie de rituais litúrgicos que por vezes parecem camisa de força ou ameaça de profanação ao aspecto exclusivamente tradicional e ortodoxo que por si só não mais sobrevive.

É necessário romper com algumas crenças que não mais encontram sentido, como por exemplo a ideia de limitações em publicidade e conteúdo informativo, assim como a passiva e cansativa aposta de entrega e expectativa somente do 

É necessário ser protagonista, a frente do seu tempo ou como diria um grande jurista um verdadeiro game changer, de modo e melhor entregar uma advocacia ao constituinte, contribuindo de uma forma completa e eficiente para com todo o sistema de justiça.

O fato de representar um seguimento tradicionalmente litúrgico não pode constranger o desavisado profissional a um culto acrítico à liturgia, tradição e lealdade a vetustos e ultrapassados métodos de mercado, valendo lembrar que para além do tradicionalismo, a advocacia também deve ser contemporânea e moderna, sendo necessária constante readaptação às novas ferramentas e rituais.

Escritórios de advocacia, sejam eles grandes ou médios, mas que não se adaptaram à essa nova realidade, quando não obrigados a fecharem as portas ou se aliarem a outros parceiros, passaram a assistir a ascensão de outros “pequenos escritórios”.

Adaptados, quando não preparados para às rápidas e constantes mudanças, assim como desapegados de crenças e liturgias do tradicional mercado jurídico, estes novos escritórios com novas mentalidades e tendências passaram a se destacar e ascender no mercado jurídico, com métodos internos e externos cada vez mais sofisticados de gestão, marketing e escalonamento de nichos, por vezes sem possuírem sequer estrutura física.

Estes novos escritórios, na maioria das vezes compostos por jovens advogados, perceberam o vasto horizonte de oportunidades de negócios que esse mercado pode representar a partir da otimização e conciliação de fatores como gestão, comunicação e tecnologia.

Fatores como resistência aos novos horizontes mercadológicos e tecnológicos, que por vezes ainda habitam o imaginário de muitos profissionais do Direito a pretexto de culto à liturgia e tradição, fatalmente sepultarão o sucesso de muitos profissionais e escritórios, na medida em que as novas tendências do mercado jurídico, aqui exemplificativamente resumidas à gestão em geral, tecnologia e comunicação, vieram para ficar e não mais podem ser subestimadas pelo profissional.

Elementar que juntamente com este rosário de possibilidades e oportunidades, o zelo e atenção para com o Código de Ética e outros provimentos que regulam a atividade advocatícia jamais devem ser ignorados. 

Os profissionais que pretendem permanecer no jogo deverão compreender estas mudanças e novas tendências do mercado jurídico, de modo a se adaptarem e oferecerem estratégias a curto e longo prazo, incluindo soluções (extra) processuais eficientes, para então seguirem competindo nesse mercado tão dinâmico, volátil e exigente.

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